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Nota de pesar: professora e advogada popular Maria Sueli Rodrigues de Sousa

A AATR - Associação de Advogadas/os de Trabalhadores/as Rurais da Bahia manifesta profundo pesar pela passagem da profa. dra. constitucionalista, militante social e advogada popular Maria Sueli Rodrigues de Sousa. Fundadora do Coletivo Antônia Flor, Maria Sueli Rodrigues foi profundamente comprometida com o enfrentamento ao racismo, titulação dos territórios tradicionais e pelo viver para além do estado do Piauí mas em todo nordeste e por onde passou.



Dentre tantas agências por direitos e liberdade, enfrentando e as políticas de memória e a fidelidade do Estado brasileiro aos processos de colonialidade, Maria Sueli foi Secretária Geral da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasi, e presidenta da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Piauí, que resultou no dossiê que reconhece Esperança Garcia como a primeira advogada do Piauí pelo seu peticionamento em 1770 denunciando as condições de uma mulher que, na condição de escravizada e reinvidicava direitos. Maria Sueli inspirou e formou uma geração que também compõe nosso quadro associativo e que nesse momento abraçamos, nos comprometendo com seu legado, enfrentando os paradigmas que ela nomeou como eurocêntricos e monocentrados no direito.


Com afeto, partilhamos que a turma de Juristas Leigos Nordeste - programa de formação em direitos com lideranças comunitárias que visa autonomia e incidência a partir da educação jurídica popular desde 1992 - que se formará esse mês e conta com lideranças da caatinga de vários estados, também o Piauí, com educandas de movimentos sociais que também atuaram ao seu lado, escolheu o nome de Esperança Garcia para nomear a turma.


Nossa equipe e estágio teve a honra de nos últimos meses de compor o curso Desobedecer quando for Possível, construído por muitas de suas sementes com diálogos de sua mais recente obra lançada ‘’Vivências constituintes sujeitos desconstitucionalizados" e agradecemos sua generosidade e esforço de partilha dentro das limitações de saúde e pelo formato remoto impostas.


Nesses 40 anos que a AATR celebra, temos como lema "plantemos novas sementes", certeza de sua contribuição para a luta por direitos de povos e comunidades tradicionais e sua atuação nos inspira continuidade com sementes de esperança qualificando nossos quadros, sobretudo mulheres negras, na assessoria e educação jurídica popular e alargando, com afeto e política, as políticas de pertencimento, reconhecimento e igualdade racial não só nas políticas de memória, mas no cotidiano que redesenha o amanhã!


Sueli, Presente!


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